tranquera véia

domingo, 10 de outubro de 2021

Estávamos em uma festa. Na verdade, eu ainda estava sozinha. Ele não havia chegado, era sexta-feira e ele estava trabalhando, só chegaria no inicio da madrugada. Encontrei uma amiga do ensino médio e ficamos conversando bobagens, bebendo vinho e fumando, a namorada dela me olhava com cara feia, mas eu não dava bola - mais tarde quando a festa já tomava rumos obscuros, quase levei um soco dela. Eu tenho um verdadeiro problema para lidar com gente me encarando com cara feia, sempre aceito o desafio com um sorriso meio louco. Mas nunca chegou a dar merda.
Enfim, estávamos na festa. Ainda não, ainda era só eu. Ele ainda não havia chegado, e minha bateria estava quase no fim. Eu andava com alguns amigos sob o luar. Esqueci de mencionar, que a festa era uma daquelas universitárias, que acontece no próprio campus. E a noite, a névoa, os bosques e as cigarras nos faziam sentir uma onda perturbadora.
Estava frio e eu, ainda, sozinha. Os dentes gelados tilintavam feito cacos de vidros, o barulho me lembrava cascos de cerveja se debatendo dentro de um porta malas qualquer, entre um quebra mola e outro. Uma cara pálida, os olhos negros, a espera.
Eu caminhava em direção ao bar com alguns amigos e resolvi mostrar meu truque de festas universitárias. Ao chegar la noto que os garçons estão totalmente ocupados, usando mãos e pés para dar conta de pegar fichas e ao mesmo tempo entregar latas de cerveja trincando, que deixavam suas mãos já sem sensibilidade nenhuma. Me encostei no canto do bar como quem espera algo que não perdeu, então comecei a cobrar o garçom "hey, e as minhas cervejas?" "você me entregou quantas fichas?" "duas, poxa", E lá vinha o rapaz trazendo duas cervejas de graça para mim.

(Obs importante. esse texto foi escrito em 14/01/16 e estava salvo nos rascunhos, resolvi postar mas atualmente reprovo a minha atitude e espero que vcs também. (noiz evoluiu grazadeus) O texto não era pra acabar por ai, mas na época fiquei com preguiça de terminar e continuo com preguiça agora, pois não me identifico mais.

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