tranquera véia

sábado, 20 de agosto de 2022

agaiche-se um pouco

e contemple a vida pela visão

das crianças, dos animais e das flores

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Por um tempo eu tive medo de escrever sobre os meus sentimentos, como se fosse minha responsabilidade como os outros o tratariam

Que bobagem, quanto tempo eu perdi por não entender o quão simples e bonito pode ser

Deixar estar

Quantas pessoas passaram pra me ensinar o que hoje eu sei?

O mundo foi bom comigo, apesar das minhas ingratidoes em não reconhecer naquela época as pessoas diamantes que cruzaram comigo

Que bom que tudo foi como foi

Que bom que tudo vem sendo como será

E por assim

Simples assim

Eu olho para o céu e como em uma oração, rezo para as estrelas, que há bilhões de ano-luz não existem mais

Mas aos meus olhos

Meus olhos tão esperançosos

Reconhecem e sabem

Que sempre estarão aqui.

domingo, 10 de outubro de 2021

Estávamos em uma festa. Na verdade, eu ainda estava sozinha. Ele não havia chegado, era sexta-feira e ele estava trabalhando, só chegaria no inicio da madrugada. Encontrei uma amiga do ensino médio e ficamos conversando bobagens, bebendo vinho e fumando, a namorada dela me olhava com cara feia, mas eu não dava bola - mais tarde quando a festa já tomava rumos obscuros, quase levei um soco dela. Eu tenho um verdadeiro problema para lidar com gente me encarando com cara feia, sempre aceito o desafio com um sorriso meio louco. Mas nunca chegou a dar merda.
Enfim, estávamos na festa. Ainda não, ainda era só eu. Ele ainda não havia chegado, e minha bateria estava quase no fim. Eu andava com alguns amigos sob o luar. Esqueci de mencionar, que a festa era uma daquelas universitárias, que acontece no próprio campus. E a noite, a névoa, os bosques e as cigarras nos faziam sentir uma onda perturbadora.
Estava frio e eu, ainda, sozinha. Os dentes gelados tilintavam feito cacos de vidros, o barulho me lembrava cascos de cerveja se debatendo dentro de um porta malas qualquer, entre um quebra mola e outro. Uma cara pálida, os olhos negros, a espera.
Eu caminhava em direção ao bar com alguns amigos e resolvi mostrar meu truque de festas universitárias. Ao chegar la noto que os garçons estão totalmente ocupados, usando mãos e pés para dar conta de pegar fichas e ao mesmo tempo entregar latas de cerveja trincando, que deixavam suas mãos já sem sensibilidade nenhuma. Me encostei no canto do bar como quem espera algo que não perdeu, então comecei a cobrar o garçom "hey, e as minhas cervejas?" "você me entregou quantas fichas?" "duas, poxa", E lá vinha o rapaz trazendo duas cervejas de graça para mim.

(Obs importante. esse texto foi escrito em 14/01/16 e estava salvo nos rascunhos, resolvi postar mas atualmente reprovo a minha atitude e espero que vcs também. (noiz evoluiu grazadeus) O texto não era pra acabar por ai, mas na época fiquei com preguiça de terminar e continuo com preguiça agora, pois não me identifico mais.

sábado, 14 de agosto de 2021

Mais uma sessão "selembra"

 selembra? quando a gente era tudo amigo

e voávamos sem rumo, com as mãos dadas e suadas

pois nada atrapalhava

o perpendicular e sonoro: nós


hoje eu escuto musicas tristes e choro feliz

pois entendi um pequeno pedaço do meu cérebro

e esse pequeno pedaço já se faz suficiente no momento

ainda há todo o resto, é verdade

mas também há uma eternidade

um infinito próximo ao sonoro infinito universal

e enquanto mastigo meus lábios e vejo meus olhos

engulo firme

o meu proposito.


 a fé é questão de tato

de ato

de mente em frente

bem rente

e o equivalente

ao teu ponto fraco



domingo, 25 de julho de 2021

quando estou longe de casa e me dou conta que as minhas decisões me levaram até ali - em um lugar que nunca estive antes e com pessoas que as circunstâncias trouxeram de encontro ao meu caminho - gosto de olhar para cima, e naquele momento, enquanto reconheço as estrelas que vejo no céu, lembro que é o mesmo céu que vejo do meu quintal e a distância não passa de uma palavra mal interpretada, que a minha consciência ainda limitada, custa a entender. 

sábado, 24 de julho de 2021

com cada pessoa especial que já estive na vida, houve um momento de estalo. aquele perfeito momento que pensei: este é o momento. o momento que ficará eternizado em minha memória e como eu me lembrarei daquela pessoa para sempre, quando tudo em volta já não for mais o mesmo.

e uma sensação consciente me invade ao me dar conta que o que estou vivendo ali é um simples instante que passará, que já está passando e pronto, passou. mas que devido a esse estalo, tudo se perpetuará em minha memória para sempre, se tornando a lembrança de alguém. alguém, que por alguma circunstância da vida, um dia não estará mais aqui e passará a ser apenas uma parte importante da minha memória.

e durante esse estalo, eu a olho e penso: veja só, como somos ingênuos. estamos aqui, sem nos dar conta que o tempo, melindrosamente, está ocorrendo & correndo, roubando de mim e de ti, o que temos no agora.  

nessas frações de segundos que o estalo ocorre, um desespero chega a me tomar conta e uma vontade súbita de interromper tudo para anunciar o que se passa, como se houvesse chance de fuga para nós. então eu me dou conta que não há e diante da minha incapacidade, me calo e me deleito sobre aquele momento. enquanto você, inocentemente, continua sendo você e segue fazendo o papel de ser você mesmo, sem perceber o que acabou de acontecer.


"selembra"

selembra daquela vez? daquele tempo... quando eu era bem mais jovem e você já era velho. hoje eu me pego pensando, que sou mais velha que você era naquela época. a idade sempre foi algo que fez parte do nosso contexto desde o nosso primeiro dialogo: " -quantos anos você tem?" "- e porque um número importa tanto?". tenho quase certeza que você parafraseou isso do pequeno príncipe. 

mas voltando, selembra? quando nos encontrávamos à escondida do mundo, atrás da piscina da ufmt, quando os flamboyans floresciam um vermelho alaranjado da mesma cor das minhas unhas. e o beijo terno e carinhoso de uma virgem. se eu não me engano era agosto e ao contrário dos agostos dos meus últimos anos, aquele ventava úmido e agradável.

havia uma simplicidade de não se pensar em futuro e nem em quem éramos fora dali. a simplicidade do be here now. não havia celulares, nem cobranças. havia apenas um e-mail enviado e a expectativa de não ocorrer um desencontro. só a expectativa, sem desejar controlar o que aconteceria dali para frente.

naquele sábado de agosto choveu, lembro que corríamos e riamos pelo bosque da universidade, enquanto você tentava me proteger inutilmente da chuva, até chegarmos no shopping para nos secar com as roupas da riachuelo. 

tenho uma memória fotográfica, de você sorrindo com seus dentes perfeitos, usando uma camiseta branca e cabelos molhados, como um garoto que estava brincando na chuva. e me lembro de naquele momento me sentir com a mesma sensação - que espantosamente - sinto agora, eu mais velha e você apenas um garoto.



quinta-feira, 22 de julho de 2021

sabonetes

 o teu mal

cura o meu mal

e me transforma

e cada sufoco

que eu transformo em alívio

me alivia

te alivia 

e cura o teu mal

e tudo fica bem, meu bem


sexta-feira, 26 de março de 2021

compreenda,

somos todos seres livres e infinitos

habitando um grão de areia

temporariamente

domingo, 19 de julho de 2020

Quem sabe um dia
Todas as nossas almas se encontrem
E dançaremos... e dançaremos

sexta-feira, 1 de maio de 2020

A resposta?

Ta no cheiro do teu joelho
No barulho do teu espirro
No sabor que vc tem medo
Na pinta do teu pé direito
Ta no gosto do teu dente
Ta no sangue da sua ferida
Ta no outro lado do mundo
Na tua rua
No gole quente da cerveja
Ta na esquina que dizem pra vc não cruzar
Ta no jeito que vc se envolve
E em tudo o que vc foge


O amor é uma decisão?

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

sofrer é tão prazeroso quanto ser feliz.

o prazer não pode ser relacionado apenas a sensações positivas.

30s atrás enquanto eu escrevia fazia sentido, agora não faz mais, faz mal. foi mal.
algumas ideias só ficam boas em bocas de aguardente e ouvidos encharcados.

sábado, 9 de janeiro de 2016

não é a força, é o jeito

a vida
até poderia vir com descrição dos ingredientes
e modo de fazer
as pessoas
com manual de instruções
e mapa astral
que memo assim eu continuaria cagando tudo
em modo random play

domingo, 3 de janeiro de 2016

o pior silêncio que existe é aquele quando desligam o ar condicionado.

sábado, 19 de dezembro de 2015

há um ultimo gole do meu perfume preferido.
foi meu último gole de você.

(esta digerindo ainda)

recebi a última facada do teu egoísmo

(o último ato falho)

você foi embora e se livrou dos fantasmas
Mas eu continuo na cidade velha

(E cada esquina ainda vai me matar)



segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

hoje eu apenas queria
ver a lua de perto
com meus olhos compridos

mas ela não esta lá.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

quando há incertezas
o cérebro formiga
à procura de respostas
criam-se teorias da conspiração
inspirados em outros passados
à procura de um futuro previsto
um dia saberemos o que vai acontecer
e o futuro se tornará passado
e o passado não importa
continuamos à procura